O brasileiro tem vergonha do passado e a memória coletiva se esforça para apagar fatos que, em países com cultura política diversa da nossa, seriam motivo de vergonha. A história geralmente é escrita de maneira lúdica, de uma forma romântica, legando a segundo plano a dominação política e cultural que se abate sobre nós.

O Império é para muitos historiadores mais agradável do que o abominável jogo político da primeira República. O período que vai de 1889 a 1930 é lembrado mais por ser o período da Bélle Epoque tropical ou por ser o berço do Malandro cantado pelo samba, do que pelos mecanismo criados pelas elites para se perpetuarem no poder, escravizando uma população miserável e analfabeta e sem nenhuma possibilidade de participação política.

Em âmbito nacional existem muitos estudos sobre a política dos governadores ou da política do “café-com-leite”, mas não se fala da política domestica dos estados, dos massacres de trabalhadores ou dos campos de concentração no nordeste. Fala-se da população escrava durante o Império, mas esqueceu-se do homem branco, livre e pobre que lutava pela sobrevivência em um país hostil a ele; para essas pessoas o estado não é conhecido como a estrutura formal, material política e social do sistema jurídico, que garante as liberdades individuais e fundamentais, o estado é algo distante, que só aparece na repressão da policia.

É preciso contar a história desse Brasil, que as classes dominantes nega existir, mas que é o próprio Brasil. É hora de lembrar desses fatos porque que conhece o passado controla o futuro.

Postado por mim, mas o texto é do Bernardo.


A você

01set09

Eu te amo com a certeza de que logo após o dia a noite virá e assim que a lua se esconder, o sol brilhará.

Eu te amo com a força do furacão, com a simplicidade de um piscar de olhos e com a intensidade de uma vida que nos resta ao final de tudo.

Jamais medirei meu amor por anos de dedicação, mas, com toda a sinceridade desse meu coração, medirei-o por eras.

Impossível dizer-lhe tudo o que sinto em meras frases, mas se pudesse condensar esse sentimento imensurável, posso transcrevê-lo em apenas: eu te amo.

“Duvida do brilho da estrela e do perfume da flor. Duvida de toda a verdade, mas nunca do meu amor.” __  Shakespeare


Regra Um – No Oriente Médio, são sempre os Árabes que atacam primeiro e sempre Israel que se defende. Esta defesa chama-se represália.
Regra Dois – Os Árabes, Palestinos ou Libaneses não têm o direito de matar civil. Isso se chama “Terrorismo”.
Regra Três -Israel tem o direito de matar civil. Isso se chama “Legitima Defesa”.
Regra Quatro – Quando Israel mata civis em massa, as potências ocidentais pedem que seja mais comedida. Isso se chama “Reação da Comunidade Internacional”.
Regra Cinco – Os Palestinos e os Libaneses não têm o direito de capturar soldados de Israel dentro de instalações militares com sentinelas e postos de combate. Isso se chama “Seqüestro de Pessoas Indefesas”.
Regra Seis – Israel tem o direito de seqüestrar a qualquer hora e em qualquer lugar quantos Palestinos e Libaneses desejar. Atualmente, são mais de 10.000, dos quais 300 são crianças e 1000 são mulheres. Não é necessária qualquer prova de culpabilidade. Israel tem o direito de manter os seqüestrados presos indefinidamente, mesmo que sejam autoridades democraticamente eleitas pelos Palestinos. Isso se chama “Prisão de Terroristas”.
Regra Sete – Quando se menciona a palavra “Hezbollah”, é obrigatório a mesma frase conter a expressão “apoiado e financiado pela Síria e pelo Irã”.
Regra Oito – Quando se menciona “Israel”, é proibida qualquer menção à expressão “apoiada e financiada pelos Estados Unidos”. Isso pode dar a impressão de que o conflito é desigual e que Israel não está em perigo existencial.
Regra Nove – Quando se referir a Israel, são proibidas as expressões “Territórios Ocupados”, “Resoluções da ONU”, “Violações de Direitos Humanos” ou “Convenção de Genebra”.
Regra Dez – Tanto os Palestinos quanto os Libaneses são sempre “covardes” que se escondem entre a população civil, a qual “não os quer”. Se eles dormem em suas casas com as sua famílias, a isso se dá o nome de “Covardia”. Israel tem o direito de aniquilar com bombas e mísseis os bairros onde eles estão dormindo. Isso chama “Ações Cirúrgica de Alta Precisão”.
Regra Onze – Os Israelenses falam melhor o Inglês, o Francês, o Espanhol e o Português que os Árabes. Por isso eles e os que os apóiam devem ser mais entrevistados e ter mais oportunidade do que os Árabes para explicar as presentes Regras de Redação (de 1 a 10) ao grande público. Isso se chama de “Neutralidade Jornalística”.
Regra Doze – Todas as pessoas que não estão de acordo com as Regras de Redação acima expostas são “Terroristas Anti-Semitas de Alta Periculosidade”.


Quote

08ago09

“Aonde? Me mostra! Aonde está esse amor? Eu não posso vê-lo, eu não posso tocá-lo, eu não o sinto, eu não posso ouvi-lo. Eu posso ouvir algumas poucas palavras, mas eu não posso fazer nada com essas suas simples palavras!”

(filme: Closer – Perto Demais)


Carta

05jul09

Fique assim, quero olhar para você, já olhei tanto, mas não era para mim, agora é para mim, não se aproxime, peço-lhe, fique como esta, temos uma noite para nós, e quero olhar para você, nunca o vi assim, seu corpo para mim, sua pele, feche os olhos, e se acaricie, peço-lhe,

Não abra os olhos se puder, e se acaricie, são tão bonitas as suas mãos, sonhei tantas vezes com elas, e agora quero vê-las, agrada-me vê-las, agrada-me vê-las sobre sua pele, assim, peço-lhe, continue, não abra os olhos, senhor amado meu, acaricie seu sexo, peço-lhe, devagar,

É bela sua mão sobre seu sexo, não pare, agrada-me olhar para ela e olhar para você, senhor amado meu, não abra os olhos, não ainda, não tenha medo, pois estou perto de você, não sente? Estou aqui, posso roçá-lo, isto é seda, sente-a?, é a seda do meu vestido, não abra os olhos, e terá minha pele,

Terá meus lábios, quando eu o tocar pela primeira vez será com meus lábios, você não saberá onde, a certa altura sentirá sobre você o calor dos meus lábios, não pode saber onde se não abrir os olhos, não abra, sentirá minha boca onde não sabe, de repente,

Talvez seja nos seus olhos, encostarei minha boca nas pálpebras e nos cílios, você sentirá o calor entrar na sua cabeça, e meus lábios nos seus olhos, dentro, ou talvez seja no seu sexo, porei meus lábios lá e os abrirei descendo pouco a pouco,

Deixarei que seu sexo encha minha boca, entrando pelos meus lábios, e empurrando minha língua, minha saliva descerá ao longo da sua pele até sua mão, meu beijo e a sua mão, um dentro da outra, sobre o seu sexo,

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Por Adolar Gangorra

Voltei para o Brasil há pouco tempo. Vivia com minha família na Inglaterra desde garoto. Estou morando no Rio de Janeiro há uns três meses e agora estou começando a me enturmar na Universidade. Não sei de muita coisa do que está rolando por aqui, então estou querendo entrar em contato com gente nova e saber o que tá acontecendo no meu país e, principalmente, entrar em contato umas garotas legais, né?

Mas foi meio por acaso que eu conheci uma menina maneiríssima chamada Tainá. Diferente esse nome, hein? Nunca tinha ouvido. Estava procurando desesperadamente um banheiro no campus quando vi uma porta que parecia ser a de um. Na verdade, era o C.A. da Antropologia. A garota já foi logo me perguntando se eu queria me registrar em algum movimento estudantil de não sei lá o que. Que bacana! Que politizada ela era! E continuou a me explicar a importância de eu me conscientizar enquanto enrolava em beque da grossura de uma garrafa térmica […]

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[?]

01jul09

E recomeça a chover naquele lugar que ela um dia chamou de lar. Como se já não bastasse a monotonia sem ela, a chuva deixa menos opções ainda de ter algo para fazer. Depois que viu o que é uma cidade grande, voltar a sua terra natal é perceber a escassez de entrenimento que possui.

Ingenuamente abriu a janela para sentir um pouco a essência do clima, mas tudo o que conseguiu foram rajadas de vento seguidas de inúmeras gotas de água que a encharcaram o cabelo. Furiosa, fechou a janela e descontou sua raiva num travesseiro próximo, dando-lhe um soco.

Chover de dia, para ela, era perda de tempo. Não gostava de ficar trancafiada dentro de casa, como pássaro engaiolado. Cada vez que rangia os dentes, o céu parecia retribuir com urros em forma de trovões. Era quase um duelo para ver qual dos dois estava mais mal-humorado naquela tarde.

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Trecho

30jun09

(…) Movido pela sua ansiedade e atraído pela dela, agarrou a mão que fica estendida, imóvel e saudosa. Depois, ambos, como em sonhos, sonambulamente, subiram a escada escura, que rangia sob os seus passos, atravessaram um sombrio corredor e no quarto, inundado pela penumbra de um precoce crepúsculo de chuva, deixaram-se cair em cima da coberta rugosa que tapava sombriamente a cama e retomaram o beijo que havia interrompido, com os rostos orvalhados da chuva ou de lagrimas, nem eles sabiam. Mas Ruzena libertou-se, guiou-lhe a mão até os colchetes que lhe fechavam nas costas a blusa e a sua voz cantante fez-se triste: “Desaperte isso!”, sussurrou, enquanto lhe puxava a gravata e os botões do colete. E, como num brusco aceno de humildade, perante ele ou perante Deus, em ação de graças, caiu de joelhos, a cabeça na beira da cama, e desapertou-lhe os sapatos. Que horror! Porque não se deixa cair uma pessoa, sem ter de pensar no estojo em que esta enclausurada? Mas que grato se sentiu  quando ela o libertou do seu com um cuidado tocante! Oh que redenção no sorriso com que ela abriu onde ambos se precipitaram! Um ultimo estorvo: o peitilho engomado da camisa cujas arestas lhe picavam o queixo. Ela abriu-lhe, passou-lhe a cabeça a custo entre os bordos agudos, depois ordenou: “tire isto!” e então tudo foi abandono e carícias, suavidade do corpo, hálito, respirar ofegante no fluxo das sensações, êxtase que sobe no fluxo da ansiedade. Ó ansiedade da vida que brota da carne viva, que enroupa os ossos. Suavidade da pele que os veste cingidamente, sinistra admoestação do esqueleto, da arca do peito de múltiplas costelas que nós podemos abranger e que, respirando, se comprime contra nós com o coração que palpita com o nosso. Ó doce aroma da pele, úmido perfume, rego macio entre os seios, escuridão das axilas. Mas a perturbação de Joachim, a perturbação dos dois era ainda grande demais para lhes permitir conhecer o encantamento, sabiam apenas que estavam juntos e tinha de se procurar. No escuro, ele viu o rosto de Ruzena que parecia desaparecer entre as margens brenhosas dos caracóis, e a sua mão teve de procurar aquele rosto, teve de assegurar-se de que ele estava ali, encontrou a testa e as pálpebras, sob as quais repousam as pupilas, encontrou a deliciosa curvatura das faces e a linha da boca aberta para o beijo. Onda de desejo contra onda de desejo. Levado pela corrente, o beijo dele encontrou o dela e, enquanto os salgueiros do rio cresciam, se estendiam de margem a margem e os envolviam como uma gruta de felicidade em cuja calma repousa o silencio do eterno lago, foi – tão baixo, tão sufocadamente, com tão entrecortada respiração ele o disse – como um grito que ela o ouviu: “Te amo”, grito com que a abriu de tal modo, que também ela, como numa concha no mar, se abriu e ele nela se afundou e se afogou.


A Árvore

29jun09

É sobre a história de uma árvore, mas não uma árvore qualquer. Não era um mero vegetal, uma mera planta. Ela fazia parte da história daquela cidadezinha que ficava no meio do nada. Todas as tardes os peões iam descansar à sua sombra. Foi debaixo dela que a dona Judite e o seu João deram o seu primeiro beijo, agora são casados há mais de 50 anos. No outono, os frutos saborosos pendiam de seus galhos e poupavam o trabalho das crianças que insistiam em roubar alguns dos outros vizinhos. Não ficava em nenhuma praça, em nenhuma propriedade, era pública. Era enorme para os insetos e pássaros que lá faziam suas casas e pequena demais para a imensidão do céu azul de poucas nuvens que a avistava de cima.

Eles vieram de algum lugar, não se sabe de onde. Donos de seus impérios e grandes casas, cheias de andares que pareciam arranhar os céus. Todas sem cor, sem vida. Eram sujeitos sérios, de poucas palavras, não puxavam assuntos com os moradores da cidadezinha, apenas com o prefeito. Que era um homem bom, aliás, apesar de ser ambicioso demais. Quando esses homens chegaram, o lugarejo festejou: é o dia da nossa evolução!, dizia seu João, parafraseando um dos homens sérios sem saber exatamente o que essa frase queria dizer.

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Queridos papai e mamãe que nunca tive!

Escrevo para lhes contar que a vida que planejaram para mim, antes mesmo que nascesse, esta seguindo por rumos diversos. Não sou mais o vosso querido filho, tão esperado e amado, sou, agora, um filho do mundo. Sou o que há de melhor e pior do cais do porto, do mercado velho e do quartel. Sou um perdido que se encontrou no meio da bagunça desse mundo intitulado moderno.

Desculpe-me por frustrar seus planos tão queridos, por desmanchar sonhos tão bem construídos em meio à felicidade e alegria. Sonhos forjados na bonança de tardes quentes de verão, sob a sombra trêmula de alguma árvore. Os destruí! Se me vissem agora, à luz da candeia com uma garrafa na mão não reconheceriam o filho amado. Nunca imaginariam que a criança criada com tanto zelo e mimo se tornaria um flibusteiro mal caráter, desordeiro de fama, ladrão mal sucedido. O sonho em que me construíram foi desfeito e em seu lugar surgiu o insucesso de hoje. O fracasso que me tornei nada tem a vê com teus planos ou com os carinhos de minha criação, tem a ver com a vida que levei e por onde andei.

Continue reading ‘Carta aos pais que nunca tive’